"Passos Coelho, o lobo-ibérico num país incauto
Passos Coelho é um exemplar da
subespécie do lobo-cinzento, que já chegou ao poder na Hungria e na Polónia,
ameaçando disseminar-se pela Europa.
É um pouco menor e mais esguio do
que as outras subespécies do lobo-cinzento, talvez pelo reduzido habitat em que
se move. Vive em alcateia e beneficia da forte organização hierárquica. O
número de animais da alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos, o bastante
para ordenar ataques a presas maiores. Foi assim que tomou o Congresso que o
fez líder do PSD, os órgãos de comunicação e as redes sociais.
Bastaram Miguel Relvas, Marco António , Paulo Júlio
e poucos mais para o conduzirem à liderança do PSD, primeiro, e do País,
depois. Subjugaram bichos de maior porte, por métodos ainda mal-esclarecidos,
depois de terem absorvido a voraz alcateia do CDS.
Recentemente, a alcateia
alargada, após quatro anos de poder e robustas cumplicidades, estava convicta
da sobrevivência. Não contou com o fojo de paredes convergentes, uma estrutura
elaborada, desde tempos remotos, caída em desuso há mais de dois séculos.
O fojo é a armadilha para caçar
lobos e a que usou António
Costa , cuja estatura política, dimensão cultural e
experiência administrativa era incomparavelmente superior, foi a de paredes
convergentes, mais complexa do que a comum, usando, em vez de duas paredes
tradicionais, quatro [PS+BE+PCP+PEV], até empurrar a alcateia para o fosso.
Agora, é do fosso que Passos
Coelho uiva hossanas à social-democracia, depois de ter dito ao Expresso, em
maio de 2011, que não passava de resquício histórico do PSD. Era então o
lobo-ibérico famélico do ultraliberalismo que reuniria os cúmplices, de S.
Bento a Belém e do Largo do Caldas à Rua de S. Caetano à Lapa.
Hoje, o líder da carnívora
alcateia ultraliberal promete devolvê-la ao regime vegetariano da
social-democracia. Há de uivar sozinho, porque podem ruir as frágeis paredes do
fojo erguido por António
Costa , mas já não será o PSD a querer tirá-lo do fosso.
O governo de Passos Coelho passou
de agência de empregos a activo tóxico do PSD."
Por C. Barroco Esperança
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