domingo, 23 de dezembro de 2018

domingo, 16 de setembro de 2018

Tancos - Uma boa anedota...

...porque razão não tenta este senhor esclarecer o caso, ou será que "botar cá para fora uns bitaites" esclarece alguma porra???

domingo, 19 de agosto de 2018

Uma boa ideia...

Excelente ideia, o problema seria o papel que se iria gastar, pois não imagino quantas páginas seriam precisas para os enquadrar.

sábado, 18 de agosto de 2018

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Buracos e mais buracos...

E se os buracos são um problema para a segurança rodoviária, porque razão os mesmos que nos multam, e sem questionar as razões, não multam também os responsáveis pelo péssimo estado das estradas nacionais, um verdadeiro perigo para a segurança rodoviária de todos nós?...

domingo, 18 de fevereiro de 2018

JUSTIÇA OBESA...

Parabéns ao autor DINAMARQUÊS Jens Galshiot
Pelos vistos a DEMOCRACIA que temos e que nós construímos... mais não tem feito que segregar os idiotas à sociedade e espetar com eles no poder...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Uns mais iguais que os outros...


"Não somos todos iguais...
É uma das frases mais ouvidas nos tempos que correm. “Eles são todos iguais”! Na ladroagem, na corrupção, na mentira, nas cunhas, no nepotismo e na trafulhice! “São todos iguais”! É o que se ouve nos cafés suburbanos, nas leitarias das avenidas novas, nas casas de chá de Cascais e da Foz, nos táxis e nos estádios de futebol: “São todos iguais”! Na fuga ao fisco, no tráfico de influências, no emprego para os amigos, nas autorizações legais e nos subsídios europeus: “São todos iguais”!
O quadro da caça é impressionante. Entre arguidos, condenados, em julgamento, em recurso, em preventiva, sob escuta telefónica, com SMS sob vigilância, com e-mails controlados, indiciados e com termo de residência, entre todos, todos juntos, são mais que muitos! De todo o género. Já havia membros do governo, do primeiro-ministro a ministros e a secretários de Estado. Directores gerais e secretários gerais de ministério; consultores e conselheiros; assessores e chefes de gabinete; chefe de polícia, agentes das várias polícias e guardas de outras; administradores de empresa privada e pública; gestores e proprietários; banqueiros e bancários; funcionários de vários ministérios e organizações. Poucos faltavam. Esta semana, algumas lacunas foram preenchidas: desembargadores, juízes, procurador, oficial de justiça, advogados e mais uns agentes da polícia! Presidentes de clube de futebol e dirigentes desportivos já não são novidade. O bouquet completa-se! E lá se volta a ouvir: “eles são todos iguais”! Afinal de contas, bem queria parecer, são todos mesmo iguais, até juízes, procuradores e desembargadores, as últimas linhas de defesa do Estado de Direito!
Começa a ser difícil contrariar o preconceito e o rumor. Mas não é verdade! Não! Não são todos iguais! Há gente honesta. Há profissionais e empresários competentes e sérios. Há funcionários e gestores zelosos e honrados. Há trabalhadores cumpridores. Há advogados, juízes e polícias sérios. Olhemos à volta de nós. Não é difícil encontrar gente séria, pessoas honradas. Mesmo nestes tempos de gelo em que se pensa que o cinismo chegou tão longe que a honestidade é já a suprema maneira de aldrabar! Não é verdade, não somos todos iguais!
Mas fica qualquer coisa de assustador. Quantas mais bagatelas serão necessárias para escurecer o horizonte, desviar atenções, relativizar a grande criminalidade de colarinho branco, aceitar que são todos corruptos e que, por conseguinte, não há crime, nem culpa? Quantas mais anedotas e provocações são precisas para ofuscar e ocultar o grande crime económico e político?
O caso do ministro que alegadamente pediu ou aceitou dois bilhetes para ir ver o futebol e o do secretário de Estado que alegadamente ficou com 400 euros de livros fazem parte da picardia imbecil e do ridículo que impedem que se veja a real criminalidade, que retiram crédito e que matam a esperança de ver um dia os processos chegar ao fim. Nunca saberei se foi acaso idiota ou conspiração dolosa.
A criminalidade chique, de colarinho branco, dos negócios escuros e dos montantes colossais é tão sofisticada que, em muitos casos, jamais serão descobertos os grandes criminosos… Descobertos talvez, julgados poucas vezes, condenados quase nunca! São necessários meios gigantescos, experiência, competência, muito treino, equipamento avançado e leis especiais, que em geral não estão ao dispor das instituições! Na maior parte dos casos, há um crime original, escondido, seguido de centenas de gestos absolutamente legais, sem mácula… Provar o primeiro como demonstração dos seguintes é quase impossível!
Por isso é grande a inquietação: como são todos iguais, como quase nada se pode provar, como são todos uns trafulhas, nada se julga, nada chega ao fim, ninguém é culpado, ninguém é responsável! E os verdadeiros criminosos escapam!
Clubes de futebol rivais, empresas adversárias, bancos competidores, partidos concorrentes, igrejas, cultos e lojas continuarão a sua vidinha a coberto de mega processos sem fim e desta resignada crença de que somos todos iguais! Desta farsa em que um submarino vale um livro, uma auto-estrada vale um telemóvel e uma empresa de telecomunicações vale um bilhete para o futebol!"

DN, 4 de Fevereiro de 2018 por António Barreto

sábado, 13 de janeiro de 2018

Um grande HOMEM...


As palavras são do Sr. ROBERT DE NIRO e sem papas na língua, ou como também diz o POVO, "com eles no sitio", ao contrário de muitos que se calam, esquecendo que "quem cala consente", e neste jardim à beira mar plantado são cada vez mais os que primam pelo silêncio ou olham para o lado... ou quando abrem a boca, maioritariamente é para fazer o papel de papagaios, limitando-se a serem megafones do clube politico do coração... enfim "quem não sente, não é filho de boa gente"...

FRÁGIL...

VULNERÁVEL. O ESTADO...
É talvez o momento ideal para discutir coisas sérias. Só há eleições legislativas daqui a um ano. As reservas de demagogia ficam para então. A coligação parlamentar está segura. No PS, partido do governo, há quem queira pensar e discutir doutrina e programas. Ocupado até agora com habilidades, este partido necessita de pensar. Na oposição, há uma eleição crucial para o PSD. Este partido ainda sofre, justa e injustamente, dos efeitos da austeridade e de dois anos de oposição. Tem necessidade absoluta de repensar.
Todos os partidos precisam de pensar, com certeza. Mas os dois principais, se o querem continuar a ser, precisam disso como de pão. Se não o fizerem e se não esclarecerem, correrão riscos de fragmentação ou de pulverização, a exemplo de grande parte dos países europeus.
Mais de um ano antes de eleições, há tempo para pensar e debater. Não chegará para tudo esclarecer, mas o processo pode ter início. Que é cada dia mais urgente, com a crise europeia, as ameaças de nova crise financeira e as tensões internacionais.
Para o debate português, entre outras questões vitais, uma parece emergir: a da fragilidade do Estado. Os últimos anos foram cruéis e reveladores.
O Estado ficou frágil diante dos interesses de meia dúzia de grupos, de famílias e de bancos sem escrúpulos, com métodos que incluíram o banditismo, o crime de colarinho branco e o aproveitamento de oportunidades que o regime democrático oferecia.
O Estado esteve frágil perante as actuações predadoras de bandoleiros que conseguiram utilizar todos os processos democráticos de organização do poder político, da Administração Pública e dos órgãos de soberania, para corromper, enriquecer e locupletar.
O Estado expôs fragilidades por falta de inteligência e de ciência, ao ter de recorrer a empresas, assessores, consultores e escritórios, que, dizendo o que o Estado queria ouvir, obrigaram o Estado a fazer o que eles queriam que fizesse.
O Estado mostrou-se frágil por ocasião dos incêndios de Verão, os quais, apesar de previsíveis, provocaram uma das maiores hecatombes da história do país, no quadro de um fenómeno raro de incompetência e de irresponsabilidade.
O Estado revelou-se frágil no momento em que, imagine-se só, até os depósitos de armas das Forças Armadas foram violados e roubados, na ausência, por enquanto, de infractores e de responsáveis.
O Estado patenteou fragilidade quando, nas operações de privatização, tantas vezes para entidades públicas estrangeiras, não defendeu os interesses nacionais com mais rigor, seja a estabilidade das empresas, sejam os direitos dos cidadãos e dos consumidores.
O Estado exibe toda a sua fragilidade quando o sistema de Justiça, capaz, por um lado, de resolver centenas de milhares casos do dia a dia, é, por outro lado, absolutamente incapaz de, com respeito pelos direitos dos cidadãos e em obediência às regras de uma democracia liberal, tratar a tempo e horas dos bandidos com grau universitário, dos criminosos de colarinho branco, dos malfeitores com nome de família, dos facínoras com propriedade, dos celerados com empresa, dos delinquentes eleitos e dos corruptos com cartão de partido.
O Estado evidenciou a sua enorme fragilidade ao não conseguir levar a bom termo, em tempo decente, processos de investigação de um Primeiro-ministro, de ministros, de secretários de Estado, de adjuntos e assessores do governo, de directores gerais, de presidentes de institutos públicos, de presidentes de conselhos de administração e de administradores de empresas públicas e privadas, de oficiais das forças armadas e até de um chefe de polícia acusados há anos e à espera de não se sabe o quê.
Em tudo quanto diz respeito à corrupção política, ao poder económico, às regalias dos partidos políticos e ao privilégio de famílias com nome e fazenda, o Estado democrático encontra-se jacente e moribundo.
O Estado português não está à altura da democracia europeia, da liberdade e da protecção devida aos cidadãos.

DN, 7 de Janeiro de 2018 - Dr- António Barreto

sábado, 6 de janeiro de 2018

Criar raízes...

Os desastres deste ano vieram actualizar um velho problema: o despovoamento, para uns, ou a desertificação, para outros, de grande parte do país. Não apenas do interior clássico, mas do interior social e económico que por vezes se aproxima a escassos quilómetros do litoral ou até que inclui muita praia do centro do país ou do Alentejo. Aliás, visto de São Petersburgo ou de Istambul, Portugal é todo litoral.
Por causa da violência dos fogos e do número de vítimas mortais, os incêndios do Verão e do Outono deixaram marca indelével no território, nos espíritos e na política. O governo reagiu mal, mas, justamente corrigido pelo Presidente da República, mexeu-se e tentou recuperar o tempo perdido.
Rapidamente se começou a discutir as grandes questões, o ordenamento florestal e do território, as funções do mercado, a criação de parques nacionais e o destino a dar às matas abandonadas. Prontamente se ouviram promessas, umas velhas, outras muito velhas. A grande demagogia regressou. Quase não há político que não fale das “raízes”, não as das árvores, mas as das populações. Com o que se pretende “fixar populações”, evitar as migrações, controlar a urbanização, trazer novas pessoas para “criar raízes”… Chega facilmente a dizer-se que é necessário fazer com que as pessoas “devam” (na versão despótica) ou “possam” (na versão liberal) ficar a viver onde nasceram e cresceram. São temas inúteis que rendem sempre qualquer coisa em comício ou à saída de jantar: “revitalizar o interior”, “impedir o despovoamento” e “incentivar a natalidade”. Ao que não falta “trazer empresas para o interior”, “criar incentivos fiscais”, “proteger a produção local”, “criar emprego” e “encorajar o artesanato”. Há 50 anos e agora. As intenções são tão boas que falta coragem para criticar o erro, a demagogia e a ilusão.
A verdade é que, para fixar populações, só se conhecem meios ditatoriais, já bem rodados na China, no Camboja e na União Soviética. Com centenas de milhares de vítimas. Ou milhões. Fixar populações ou é demagógico e não serve senão para tentar ganhar votos, ou implica retirar aos cidadãos algumas grandes liberdades que são as de movimento e de mudança de local de vida. Para fixar populações, é necessário talvez o planeamento integral da vida das pessoas.
Confundir despovoamento com abandono é uma das raízes do problema. Terras despovoadas podem ser economicamente úteis, desde que bem tratadas. Em muitos casos, é mesmo o contrário que se produz: gente a mais significa incêndio, desleixo e acidente. A decisão de viver na vila, na pequena cidade, na grande metrópole ou no estrangeiro não é sempre uma decisão de miseráveis e desprotegidos. A decisão de mudar é muitas vezes um passo para a promoção e a mobilidade, para melhorar e subir na vida. Viver nas cidades traz quase sempre vantagens para a educação, a saúde, o emprego, a cultura, o casamento, a justiça e o conforto. Em poucas palavras, a liberdade é urbana. Em grande medida, o progresso também. Já se conhecem em Portugal centenas de agricultores que vivem na cidade e trabalham no campo. Felizmente que ninguém se lembrou de os fixar.
Evitar o abandono? Sim. Impedir a degradação do meio? Sim. Aproveitar os recursos sem os destruir? Sim. Fixar as populações? Não. Mas sim ao estímulo e à remoção de obstáculos. Assim como evitar que sejam as autoridades as primeiras a acelerar o abandono. Destruir instituições pode ser fatal. É o que tem feito o Estado, de esquerda ou de direita, para poupar pouco a fim de gastar muito. Não faltam exemplos por todo o país: escolas, centros de saúde, repartições, bancos, centros de emprego e da segurança social, centros de formação, esquadras de policia, quartéis da GNR, regimentos militares, lares de terceira idade, serviços florestais, parques nacionais, áreas protegidas, serviços de conservação da fauna… Houve decisões racionais? Talvez. Mas também as houve insensatas e de curtos horizontes.
Manter instituições pode ser muito mais barato, democrático e livre do que acudir depois a subsidiar causas perdidas. Áreas despovoadas podem não ser abandonadas. Áreas despovoadas podem ser ricas e aproveitadas.


DN, 31 de Dezembro de 2017 por Dr. António Barreto