A carta que o bando dos 4 escreveu face à intervenção dos igualmente 4, mas notáveis democratas de longa
data...
"Foi com alguma surpresa que
na passada sexta-feira lemos em dois jornais, “Público” e i, que quatro
notáveis militantes do Partido Socialista – Jorge Sampaio , Manuel
Alegre, Vera Jardim e Almeida Santos – tomaram uma posição pública na actual
contenda partidária do PS, pedindo urgência na solução do diferendo, posição
que, intencionalmente ou não, é nas actuais circunstâncias favorável à
candidatura de António
Costa , mas dizendo, apesar de tudo, o que deveria ser para
todos óbvio: “um partido não existe para si mesmo” e que “a prioridade é sempre
Portugal”.
É esta frase óbvia que nos obriga
a publicar este texto. Porque dificilmente haveria um outro tempo em que a
frase tivesse tido maior oportunidade em ser usada do que durante os seis
trágicos anos do descalabro económico, financeiro e social, que foi a
governação de José Sócrates. Infelizmente, estas quatro relevantes
personalidades do Partido Socialista mantiveram-se quase sempre calados durante
esse período, ou pior, colaboraram com as diatribes do então secretário-geral e
primeiro-ministro, incluindo actos pouco democráticos, como alguns dos
protagonizados pelo Dr. Almeida Santos. Nesse período sempre verificámos com
angústia, como certamente muitos outros portugueses e socialistas, que o
interesse nacional andou a reboque dos interesses partidários do grupo no
poder, sem que isso tivesse conduzido a uma posição tão relevante como a que
agora foi tornada pública.
Temos a plena consciência de que
esta nossa tomada de posição é impopular em muitos sectores, fora e dentro do
PS, na justa medida em que nos habituámos a venerar acriticamente os nossos
maiores, aqueles que com maior ou menor razão e justiça se guindaram ao topo do
poder político em Portugal. Fazemo-lo porque, como alguns outros socialistas,
ganhámos esse direito durante esses seis anos, porque como militantes
socialistas fomos ignorados nas nossas críticas, frequentemente vilipendiados,
apenas por denunciar os erros, os jogos de interesses e os estragos que a
governação do PS estava a infligir a Portugal. Escrevemos dezenas de textos,
participámos em dezenas de programas de rádio e de televisão e, como alguns
outros, sofremos o silêncio cúmplice de quem tinha a obrigação e o poder de
evitar que o PS conduzisse Portugal para os braços da dependência internacional
e para o sacrifício de milhões de portugueses.
Sejamos sérios, o actual governo
de maioria PSD/CDS é um mau governo, que não sabe ou não quer evitar mais
sacrifícios aos portugueses, mas não foi este Governo que preparou o terreno para
os cortes salariais, para as privatizações feitas sem critério e para o
descrédito das instituições. Fomos nós socialistas que o fizemos e quanto mais
rapidamente o compreendermos melhor será para o PS e para Portugal.
Inversamente, fazer voltar ao poder político os mesmos que no PS conduziram
Portugal para o desastre, é um crime contra a Nação Portuguesa e um ultraje aos
princípios e valores do Partido Socialista."
Lisboa, 24 de Junho de 2014
Henrique Neto
Rómulo Machado
Porque SÓ A VERDADE É
REVOLUCIONÁRIA, estão de parabéns estes 4 SENHORES, um "piqueno"
reparo, deveriam ter acrescentado; "e o actual Presidente da República é
igualmente uma desgraça!"
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