Esta e outras empresas públicas foram construídas com o dinheiro de todos, na maioria dos casos, os seus "buracos" financeiros foram sempre tapados ou suportados por todos, quer através do aumento dos custos dos serviços quer através de mais impostos, e agora vão ser vendidas para tapar os buracos que uns quantos fdp (fãs dos popós...) abriram e cujo proveito foi parar ao bolso de alguns... A falta duma indignação musculada do colectivo, não só é lamentável, como traduz a merda de elites que temos... se acaso lhe poderemos chamar de elites, jamais o poio de merda pode ser pastel de nata...
Os correios não devem ser
privatizados. Constituem uma garantia de coesão territorial, pois são a única
rede pública verdadeiramente disseminada por todo o país. Só uma gestão pública
poderá manter esta característica. Com os privados, balcões deficitários
encerrarão, mesmo que tenham relevante função social. Além do mais, as
competências atribuídas aos CTT conferem-lhes posição de monopólio. São os CTT
que atestam, por exemplo, os registos e legitimam as comunicações de
requerentes com a Administração Pública. E os detentores de algum tipo de
monopólio não devem, por princípio, ser privatizados. Não é por acaso que os
correios são públicos na maioria dos países da Europa, ou até nos Estados
Unidos.
Os monopólios privados sempre
foram lesivos do interesse dos consumidores. Assim foi com a PT, com a EDP, e
assim será certamente com os CTT privatizados. Sem regulação eficaz, os
serviços serão piores e mais caros e anteveem-se até apoios artificiais, como
novas obrigatoriedades de pagar registo em comunicações com o estado.
Mas se o governo quer privatizar,
pelo menos que o faça de modo transparente. A forma anunciada de dispersão do
capital é estranha. Um leilão competitivo em bolsa é aceitável. Já não se
compreende é a venda direta a instituições financeiras para que o disseminem no
mercado, garantindo, assim, comissões aos bancos e a entrega do capital a
posteriori a determinados grupos sem qualquer escrutínio público.
Acresce que o governo dá sinais
contraditórios: enquanto o ministro Pires de Lima justifica e defende o
encerramento de balcões, o seu colega de governo, Poiares Maduro, profetiza a
reabertura dos mesmos. Para baralhar ainda mais, o governo anuncia a colocação
de "balcões (públicos) do cidadão" nos correios, serviço pelo qual o
estado terá de pagar indemnizações compensatórias, num modelo de parceria
público-privada dissimulada.
Esta privatização, com um sistema
de colocação de capital obscuro, vítima de informações contraditórias e cujo modelo
de negócio é alterado à última da hora, vai ser uma trapalhada.
Phone-ix!
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