terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mangiatori di merda...



Sócrates e Passos Coelho – farinha do mesmo saco…

Irritavam-me os “reaças” que noutros tempos me atiravam à cara que a democracia era o sistema que segregava os imbecis à sociedade e os colocava no poder… com os anos fui descobrindo que ia segregando os coladores de cartazes, hoje já nem sei o que dizer… por vezes refugio-me nas máximas dum Eça ou de um Pessoa, o primeiro quando nos diz que “políticos e fraldas devem ser mudados várias vezes e pelos mesmos motivos”, o segundo quando afirma que “o povo não tem ideais, tem interesses”, o que sendo verdade, me obriga a melhor conhecer estes dois ilustres portugueses, em detrimento dos cronistas de ocasião, que por aí vão “botando” umas “faladuras”, acreditando ser sabedoria…
Durante anos visitei clientes espalhados pelo Norte do país e, as estradas que percorria, não sendo as melhores, nunca me impediram de levar a cabo o meu trabalho. Hoje, fico calado, quando vejo resmas de mangas-de-alpaca, abrir a boca para dizer; “então não precisávamos duma auto-estrada para a nossa terrinha?”, e não vale a pena gastar latim com esta gente, apenas me interrogo sobre o país em que vão crescer os nossos filhos… ou os que por cá ficarem… é que ser o 4º país com melhor rede rodoviária do mundo, não nos devia alegrar, mas antes saber quanto nos vai custar e quem vai pagar a factura… e que me lembre, nunca ouvi grande algazarra por parte da oposição a Sócrates, ou por parte dos sindicatos, ou de outros opinantes oficiais, quando todos estes e outros projectos se lançavam a concurso…
Mas não são só estes projectos que me irritam, por vezes passo uma vista de olhos num blog de gente jovem, o MáDespesa Pública, e concluo que o dinheiro público gasto em merdices, deveria vir chapado nas capas dos Jornais do regime, pois são mais importantes que as zanga de comadres, que por lá noticiam…

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CGTP, não progrediu um centímetro…

Não é por acaso que reclamam aumentos de 4% para 2013, certamente sabem que a generalidade das empresas não poderão (infelizmente) acompanhar essas reivindicações, mas o patrão ESTADO e as empresas que lhe estão agregadas, poderão ceder à pressão que a CGTP irá colocar na rua, donde o fosso entre o sector público e o sector privado poderá voltar a crescer, na secretaria obviamente…
Acaso a luta da CGTP apontasse para uma diminuição de impostos e, duma forma escalar, beneficiando quem mais precisa, quem tem mais filhos, os mais pobres… certamente haveria "alguma" Justiça Social, como diria Karl Marx "De cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades."…mas o Bettencourt Picanço & Companhia agradecem … 

EQUIDADE, AONDE MORA? ADSE…

EQUIDADE, AONDE MORA?
Não é certamente na paridade entre o crescimento do PIB e os aumentos com vencimentos na administração pública ao longo dos últimos anos… não é certamente ao nível da SAÚDE, no cálculo e idade da reforma, risco de emprego…
A JUSTIÇA É CEGA, MAS A INJUSTIÇA TODOS VEMOS!!!!

domingo, 9 de setembro de 2012

Ontem O Pregador...

Ontem o pregador de verdades dele
Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham
(Não do das pessoas que sofrem, que é afinal quem sofre).
Falou da injustiça de uns terem dinheiro,
E de outros terem fome, que não sei se é fome de comer.
Ou se é só fome da sobremesa alheia.
Falou de tudo quanto pudesse faze-lo zangar-se.

Que feliz deve ser quem pode pensar na infelicidade dos outros!
Que estúpido se não sabe que a infelicidade dos outros é deles,
E não se cura de fora,
Porque sofrer não é ter falta de tinta
Ou o caixote não ter aros de ferro!

Haver injustiça é como haver morte.
Eu nunca daria um passo para alterar
Aquilo a que chamam a injustiça do mundo.
Mil passos que desse para isso
Eram só mil passos.
Aceito a injustiça como aceito uma pedra não ser redonda,
E um sobreiro não ter nascido pinheiro ou carvalho.

Cortei a laranja em duas, e as duas partes não podiam ficar iguais
Para qual fui injusto – eu, que as vou comer a ambas?

Tu, místico, vês uma significação em todas as cousas.
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma cousa oculta em cada cousa que vês.
O que vês, vê-lo sempre para veres outra cousa.

Para mim, graças a ter olhos só para ver,
Eu vejo ausência de significação em todas as cousas;
Vejo-o e amo-me, porque ser uma cousa é não significar nada.
Ser uma cousa é não ser susceptível de interpretação.

Alberto Caeiro - Poemas Inconjuntos

domingo, 2 de setembro de 2012

A Dra. Cândida Almeida afirma...

"...os políticos portugueses não são corruptos"
Eu opto por outras máximas:
"Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis. Ninguém consegue induzi-los a fazer justiça." 
Bertolt Brecht – 1898 - 1956
"Nós enforcamos os ladrõezinhos e indicamos os grandes ladrões para cargos públicos."
Esopo – 600 a.c.
"A corrupção na democracia começa no fato de uma classe fixar os impostos e outra pagar."
W. E. Inge – 1860 – 1954
"Dinheiro público é como água benta: todos põem a mão".
Provérbio popular italiano

RTP - uma anedota chamada SERVIÇO PÚBLICO…

Nem o esquema pensado para o futuro da RTP me merece qualquer nota positiva, nem as bocas do Sr. Francisco Louça me comovem, antes pelo contrário, chocam-me… uma empresa Estatal que ao longo dos últimos 10 anos nos custou uns 4 mil milhões e que apenas produz défice, que já nem conseguimos colocar no mercado, é coisa que não lembra o Diabo… esse dinheiro no bolso de alguns alfaiates, sapateiros, cozinheiros, mecânicos, serralheiros, agricultores… quantos empresas geradores de emprego e de bens transaccionáveis não criava??? Mas não… temos de privilegiar a “piqueno” burguesia, a Nomenklatura do regime, a mesma que destruiu o sistema que alguns idealistas sonharam na revolução Russa, e que um dia se desmoronou…
Dizer que o serviço público de televisão é uma “garantia da República”, não é nada… a República devia ter mais com o que se preocupar do que nos impingir programas do Malato, futebol ou touradas… é bom lembrar que no século passado 3,5 milhões de portugueses rumaram a outras terras, e esse fluxo retomou abrangendo os mais capazes, que são os nossos jovens, tenham ou não um canudo no bolso, eles representam parte do futuro que se vai… e certamente estão-se “cagando” para esse tal serviço púbico de televisão que deixam para trás…
Acho piada dizer-se que na Europa só a Albânia ou a Bulgária têm um canal público de TV e que os restantes países têm dois ou três… aqueles que já não se lembram do engaço, também não se lembrarão daquele dito popular “dia de muito, véspera de pouco”… é por isso que a Europa vai no sentido errado…