A notícia veio no
Diário de Noticias e não sei se efectivamente queriam dizer seis dias (?), seis semanas (??) ou seis meses (???), até podia ser por ano, pois os colegas tugas limitam-se a fazer 50 operações/médico/ano... apenas acho muito estranho que um assunto desta importância tenha merecido tão pouco espaço noticioso... mesmo sabendo que nós preferimos futebol...
Médico espanhol fez 234 cirurgias em seis dias
ROBERTO
DORES 05 Abril 2008
Em seis dias, um oftalmologista espanhol realizou 234 cirurgias a
doentes com cataratas no Hospital Nossa Senhora do
Rosário, no Barreiro, num processo que está a "indignar" a
Ordem dos Médicos. Os preços praticados são altamente concorrenciais, tendo
sido esta a solução encontrada pelo hospital para combater a lista de espera. O
paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007, tendo ultrapassado o
prazo limite de espera de uma cirurgia. No ano passado chegaram a existir 616
novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde. Os sete especialistas do serviço realizaram
apenas 359 operações em 2007 (cerca de 50 por médico
num ano). No final do ano passado, a lista de espera era de 384, e
foi entretanto reduzida a 50 com a intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante
o mês de Março - onde garante regressar nos próximos dois anos, embora o
hospital não confirme - foi a segunda experiência em Portugal do oftalmologista
José Antonio Lillo Bravo, detentor de duas clínicas na Extremadura espanhola -
em Dom Benito (Badajoz) e Mérida. Entre 2000 e 2003 já havia realizado 1500
operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, indiferente às
"críticas" de que diz ter sido alvo dos colegas portugueses. "Eu
percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em
Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil
euros", diz ao DN o oftalmologista espanhol, inscrito na Ordem dos Médicos
portuguesa, que cobrou 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
"Tive a curiosidade de saber qual é a média de cirurgias mensais no
hospital e verifiquei que em Janeiro se fizeram 28 intervenções, sendo que
21 dos doentes foram operados com anestesia geral", referiu, sustentando
que a sua técnica já nada tem a ver com esse método.
O oftalmologista, que assume
acompanhar o pós- -operatório, explicou que recorre a anestesia local, feita
com umas gotas de colírio anestésico, sendo a cirurgia realizada por meio da
facoemulsificação. Um procedimento avançado que consiste em remover o
cristalino defeituoso de dentro do olho, por um microorifício de apenas 2,5 milímetros,
segundo explicou José Bravo, especialista desde 1992 pela Universidade Autónoma
de Madrid. "Não há necessidade de suturas. Depois procede-se ao implante
de uma lente intra-ocular que devolve a visão normal ao doente. Ao fim de cinco
dias a pessoa vai para casa", revelou, garantindo que Portugal regista
"um grande atraso" nesta valência, sendo ainda muito utilizada a
extracção extracapsular da catarata - chamada EECC - na qual o paciente
necessita de pelo menos 15 dias para reconquistar a visão.
As 234 cirurgias realizadas no
Barreiro, por um total de 210 mil euros, foi o limite possível sem haver
necessidade de abrir concurso público internacional, sendo que o médico fez
deslocar a sua equipa e ainda o microscópio e o facoemulsificador. O hospital
disponibilizou somente um enfermeiro para prestar apoio.